quarta-feira, janeiro 30, 2013

papel e letra


Há muitas coisas que eu leio todos os dias via Internet, uso o aplicativo Feedly de forma extensiva, acompanho blogs, acompanho noticias via cel, tablet, note.

Eu uso de fato a Internet para minha leitura diária.

Mas há uma coisa que não conseguiu me seduzir: a leitura de livros virtuais, e-books...

Prefiro o papel, o livro papel, com todos seus odores, matizes, tamanhos. 
Costumo usar um realçador de textos para enfatizar passagens, frases, costumo ler com um dos meus cadernos ao lado, para anotar pensamentos meus no meio duma leitura, para aumentar minha coleção de termos "nunca antes vistos/lidos".




Leio de forma ostensiva desde pequena, mas até a data de hoje, não curti nenhuma leitura virtual de livros. 
Perdi todos meus arquivos faz uns dois meses, e os únicos que não me fizeram falta alguma, foram os livros que possuía arquivados. Acho que sou uma leitora sinestésica por completo, preciso ler, divagar com o livro em mãos, retomar a leitura, guardar coisas dentro dos livros, sentir seu peso, cheiro, forma, cor, seu espaço ocupado...

Sou uma leitora trilíngue. Leio à perfeição em minha língua mãe - o espanhol - e em português, e me saio muito bem lendo em inglês. Mas eu não teria alcançado essas habilidades se as leituras fossem executadas em livros virtuais, isso eu garanto.


 
 

Não sei as razões, mas minha concentração que me é algo muito célere de conseguir, em livros virtuais se perde...


Quando comecei meu primeiro blog, faz muitos anos, cheguei a pensar que meu apego ao papel poderia se dissipar. Era apenas uma suspeita que logo se mostrou inconsistente.

 


Desde os 12 anos cuido de cadernos secretos, de diários, aonde fui depositando tudo o que me acontecia, tudo o que me preenchia, tudo o que me tornava humana.

Semana passada minha filha, que também adora seus diários, encontrou um deles, pois os demais se perderam no meio de tantas mudanças de países, de estados, de cidades, de bairros. 
E fiquei comovida com a delicadeza que Alicia demostrou para com esse achado. Maravilhamento posso arriscar dizer, foi o que senti ela emanava. 


 


 

Nele estão plasmados dois anos críticos da minha vida, o iniciei em 1984 e o abandonei em 1986. O comecei ainda morando em Quito-Equador, e o deixei de visitar já aqui em São Luís-MA/BR. 


Minhas receitas, mesmo existindo mil recursos aqui no mundo virtual para acessar, usar, consultar, as deposito num caderno é claro!




E logicamente possuo bons livros de culinária em papel!

Cadernos para meus estudos de Tarot, sobre Tarot, sobre o Lenormand... Sem eles, eu creio que a internalização perde muito gás.

 


Aprecio de tal forma ler, tenho tanto amor ao livro-papel, que quiçá um 60% das fotos que publico no Instagram são de livros...

Minha profissão exige que seja uma boa leitora, tradutora que se preze não pode ficar alheia à miríade de atualizações das áreas nas que com frequência traduz. 


 
 


No particular minhas escolhas e afinidades também premiam ao bom leitor. Uma tarologista precisa ler e muito. Uma "aprendiz de herborista" idem. Uma mulher que circula no universo do Sagrado Feminino e é Bruxa, precisa ler.




Creio que eu não seria esta pessoa, esta Luciana se não fizessem parte do meu eu, do meu mundo os livros.

Deito o corpo descansada todas as noites, certa de que faço minha parte a contento para que meus dois filhos possam manifestar apreço pela leitura, pelo livro, é claro que ler ou não ler é escolha pessoal, mas penso que criando, facilitando o acesso à leitura, já é meio caminho andado rumo à construção dum bom pequeno leitor.

Luciana Onofre








3 comentários:

  1. Longa vida ao seus escritos para que continue deleitando a nós leitoras ávidas dos teus escritos! Ah, segundo especialistas em neurologia perde-se 30 % do conteúdo do que se lê em e-books por causa da radiação e da luminosidade da tela! Leio apenas quando não se têm outro jeito ..

    TQM !

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  2. Eu tb não me dei bem com os e-books, prefiro o papel, a letra por vezes miúda, o peso do livro. Sobre agendas/diários, até hj faço os meus, mas se tornaram digitaveis, sendo a cada final do ano, impressos para depois colar no dia certo na agenda. Tenho várias agendas guardadas, de muitos anos, no escrtório.

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pensados e proferidos