Houve um tempo em que minha escrita em blogs foi muito profícua.
Cada ciclo com seus tempos e dinâmicas.
Parei para pensar nisto entretanto, quando me disseram sentem falta do que eu produzia, penso que até devam sentir falta do volume da produção.
Muitas coisas confluem para que haja imperado uma desaceleração. Não apenas sobre temas da minha cotidianidade, aqui publicados, mas em outros nichos meus, como o Divinatrice [voltado a uma escrita sobre minhas crenças, fé e práticas mágicas], o Taroteando [voltado ao mundo dos oráculos]; em todos pisei no freio.
As motivações mudam e ao mesmo tempo são as mesmas.
O trabalho de tradutora consome muitas horas, a casa clama por cuidados, atenção, a cria cresceu e se engana quem pensa apenas de colo ou abaixo dos 7 anos solicitam muita atenção, somos solicitados sempre, e ao crescer incluso ainda maís; porém dirá o leitor há sempre tempo quando se quer, e há mesmo.
Essa conversa sobre a suspensão [não intencional] da escrita no Divinatrice incitou uma reflexão sobre todos os blogs, e percebi que há um denominador comum a todos, ao processo de escrita em pausa. É a falta de fé. Não a fé religiosa, mas sim a fé em pessoas, um desengano, um deixar ficar assim ocasionado por 'n' situações que se deram desde dezembro até alguns dias atrás, leia aqui.
Decepção quanto a fé em dinâmicas femininas, aquelas que se calçam na pretensa lealdade feminina, o desengano gera falta de tesão e vontade por compartilhar minha vida, meus feitos, o que eu sou e são os meus.
E olha que eu não sou melodramática, não sou chorona, não sou melindrosa, sou o oposto, peco por ser muito direta, muito assertiva... Mas um dia 'a casa cai' como reza o jargão popular.
As quedas dizimaram minhas vontades em expôr, em compartilhar, em abrir meu eu, meus eus, minhas casas.
Não foram poucas nem leves, as quedas.
Quanto ao Divinatrice há um outro condicionante que já expus lá mesmo, no blog, mas somado a esse, pensando e refletindo ontem a noite, descobri que para todos os blogs e inclusive para minhas participações em grupos e correlatos, há este. Decepções, falta de fé.
Não afirmarei que é coisa cimentada e dada como finalizada. Tudo muta. E ainda bem.
Penso que se apenas hoje, passados tantos tempos consegui materializar os motivos em letras, possa ser isso meio caminho andado para uma futura retomada da escrita.
Luciana Onofre
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