sexta-feira, novembro 30, 2012

Da despedida


Love the delicate floaty feel of this




Hoje minha filha, Alícia María, postou como todos os dias, fotos dela no Instagram, ela adora se auto-fotografar, brincando com cores, sombras, todos os dias.

Mas hoje ela colocou como legenda "rindo por fora, e chorando por dentro", e aí caiu minha ficha, hoje é/foi/está sendo, o seu último dia de aula na escola atual; e sim, deve estar doendo, sendo sofrido.

E não chorei, afinal quando vi a foto, ela ainda estava aqui em casa, não pude nem posso chorar, pois foi decisão minha essa despedida dela. 

Não há nada contra a escola de forma radical, mas sim pequenos detalhes que somados se tornaram ao longo de este imenso ano, pesados fardos.
Partindo do horário das aulas, a tarde, ela em definitivo não se acomodou a esse sistema de deveres de casa pelas manhãs, e aulas a tarde. Não deu certo.
Junto a isso a instituição se colocou ante nossos olhos como uma corporação empresarial, que gerencia pessoas [clientes] e não famílias, crias nossas. Mas é a escolha da escola, se construir assim. Assim como é escolha nossa deixar ou não, nossa filha ali.

É uma das melhores escolas da cidade. Mas é uma das, há outras, e numa delas está nosso outro filho, o Andrés Felipe. Que seguiu feliz ali.  Alícia quis mudar, para reencontrar suas companheiras de toda a vida, estudou com elas desde seus dois anos, mas não foi assim, não tivemos a sorte de encontrar vaga no período matutino, e ela foi parar no vespertino. Ou seja, nada de reencontros em tempo real.

Mas ela criou laços, sentimentos, emoções, e passei por cruel com minha decisão.

Hoje é seu dia de mais uma despedida, já vivenciou outra, quando do fechamento da sua primeira escola de toda sua vida. 

Mas a nossa jornada humana é isso, encontros, começos e finais. Eu sei disso, você sabe, ela aprende isso agora. Mas sempre há uma despedida que rasga o peito. Há quando se criaram laços, quando nós permitimos amar e ser amados.

Para mim é dolorido TER que ser a voz da razão, e abafar o coração, como hoje quando vi sua foto, tenho que engolir a lágrima e sorrir acenando. Para que ela se fortifique, aprenda a olhar para frente, aprenda a vislumbrar algo mais, como surpresa após a curva do caminho.

Com amor, Alícia, sempre por e para ti.

Luciana

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