quarta-feira, abril 30, 2014

Não alimente o monstro.











Cada coisa sobre a Terra possui ciclos, nada escapa a isso.

Emoções, sentimentos seguem essa pauta. Relações cavalgam a Roda da Vida todos os dias desde que o mundo é mundo.
Nós, os seres humanos começamos e findamos mais coisas do que poderíamos desejar.

É a natureza seguindo seus ritmos, determinando espaços, vivencias, ciclos.

Há uma transição constante quanto ao que sentimos, quanto ao modo que enxergamos as coisas, e isso é impossível de ser evitado, assim  é por que somos humanos, e nossa humanidade é transitória; entre tanto não podemos concluir um ciclo, um instante, um fragmento das nossas vidas alimentando de forma ávida sentimentos e pensamentos de total desconstrução para com aquele ciclo que findou.

Relações mutam, umas para um bem melhor, outras chegam ao seu fim, outras descansam e quem sabe retomem a caminhada juntas novamente, mas não por isso [eu, luciana] encara o fim ou mutação de status quo como um estágio novo aonde após transpor seu limiar devo tornar aquela relação, aquele outro ser em monstro devorador do bem que já existiu.
Ou passar a encarar ao outro [que por alguma razão deixa minha vida] como um ser ruim, vil, malvado, capaz de me causar danos.
Mesmo que eu saiba  que há a possibilidade premente de que eu possa ser imaginada como um demônio que cavalga sobre um caldeirão expelindo pelos poros maldições, [é passível que isso seja pensado sobre mim]  eu prefiro pensar ao outro como uma pessoa que pode surpreender por manifestar reações mais nobres.

Alimentar ao monstro da desconstrução nós deixa ocos, secos, áridos.

A chave-mestra é saber dizer adeus. até logo, até em breve, reconhecer o lado positivo [por que sempre existe], curar nossas feridas, sanar as dores, e seguir avante sem demonizar ao outro, sem entendê-lo como um "novo inimigo" ao qual eu terei que guardar bem à vista, e que virá de mãos dadas com o monstro devorador de tudo, me deixando paranoica e oca.

Passo hoje por um ciclo que findou, que mutou, uma relação de amizade que tomou outro rumo, que ao meu ver passou a um estágio aonde não causará nem a mim nem a outra parte lacunas emocionais, expectativas não correspondidas.

Não alimento o monstro devorador de almas, de emoções, de pensamentos.

Parto, ou deixo partir em paz, aquela paz que advêm daquele momento em que tudo sendo dito, não deixou mais espaços com reticências, com dúvidas. Essa paz existe ou no mínimo é possível.

Assim esta escrita resulta mais como uma carta, uma carta de "deixo ir" e nada fica, nada que me faça alimentar aquele terrível monstro que se alimenta de sentimentos duvidosos, que dá formas a pensamentos rudes, a suposições penosas.

É irracional e nocivo pensar a alguém que um dia já nós circundou em amizade como um ogro cruel. Isso em mim não quero.

Sou grata ao que de bom existiu.

Deixo ir, desejando que tudo o que more em seu coração seja paz.

Luciana Onofre

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