quinta-feira, setembro 12, 2013

Embargo



Minha escrita, descobri hoje sobre isso, foi embargada pelo meu entorno.
Para escrever sempre o faço sobre mim e o que me ocorre, não sei criar estórias pensadas em terras alienígenas, nunca navegadas, distantes, desconhecidas.

E descobri o embargo, ao constatar que de contos, só tenho um, que escrevi faz mais de cinco anos, de supetão.
Após uma crise pessoal/familiar.
E é aí que vêm o embargo.

Eu não posso escrever por saber 'a ciencia cierta' que a letra parida vai esmorecer a uns tantos, enfadar a outros e enterrar restantes. Não por que nela venham nomes e detalhes identificatórios.

Desde pequena, meus melhores escritos são aqueles que vêm à luz após alguma dor, sentida, devorada, expelida em formato de signo gráfico.

Claro você dirá, o que são esses blogs então? Não é escrita?
O são.
Sim.

O primeiro blog que abri  foi um que saiu do mundo das idéias quando eu me soube grávida.
Exatamente quando eu soube que era mais uma fêmea a que viria ao mundo.
Sentei e vi que poderia eu transpor em letras rápidas, pelo modo célere com que blogs existem, meu passado, para que ela soubesse quem sou, quem fui. E quem sabe não sofrer com quem eu viria a ser.

Mas nada foi escrito.
Nada sobre quem eu fui, quem sou ou quem serei.
O motivo, o embargo.
Eu fui o que nem todos sabem, ou desejam saber, era naquele então outro alguém que padecia do mesmo mal, e hoje sou "apenas parte de lo que ves".

Ou seja o embargo às ideias tolhe a escrita seca, sincera e direta que poderia derivar em contos, mais alguns além desse único. 

Quem sabe eu mesma suspenda o embargo e decida que "duela a quien duela" posso escrever sem preâmbulos nem premissas caridosas.

Luciana

2 comentários:

pensados e proferidos